Muitas pessoas confundem bengala com muleta. Muleta é um instrumento de apoio para indivíduos que sofreram algum tipo de problema nos membros inferiores.
A bengala serve para que a pessoa "perceba" os obstáculos que estão à sua volta.
Existem muitos modelos de bengalas. A mais comum é a dobrável.
A bengala dobrável é dividida nas seguintes partes: Luva, Gomos, Ponteira e o elástico.
A luva serve para a pessoa segurar a bengala. Os gomos constituem o corpo da bengala. Eles são unidos por meio de um elástico. O elástico fica preso na luva e na ponteira. A ponteira é a parte que fica em contato com o chão.
Quando a bengala não está em uso, basta ir puxando os gomos, que ela se dobra. Quando vai usar, basta soltar que ela se abre rapidamente.
Com o grande avanço da tecnologia, já existem aparelhos que ajudam o cego na locomoção. Estes aparelhos são dotados de ultrasons, e já existem alguns comandados via satelite.
Existem vários modelos de assinador; o mais comum é composto de uma borracha, para que o mesmo não deslize no papel. Sobre a borracha é colada uma placa de aluminio, com uma pequena abertura, para que a pessoa possa escrever. Alguns modelos possuem uma linha flexível para facilitar a escrita.
Com um bom treino, a pessoa cega pode escrever normalmente, usando uma boa caneta ou lápis
O QUE É O SOROBÃ?
O Sorobã é um aparelho de cálculo usado já há muitos anos no Japão pelas escolas, casas comerciais e engenheiros, como máquina de calcular de grande rapidez, de maneira simples.
Na escrita de números reside a principal vantagem, que recomenda o sistema sorobã como método ideal de cálculo para deficientes visuais. Com alguma habilidade o deficiente visual pode escrever números no sorobã com a mesma velocidade ou até mesmo mais rápido que um vidente escreve a lápis no caderno.
O Sorobã está dividido em dois retângulos: um largo com 4 rodinhas em cada eixo e, outro estreito com apenas 1 rodinha. Serve de separação entre os retângulos uma tabuinha chamada régua, que tem, de 3 em 3 eixos um ponto em relevo, tendo seis ao todo. É junto da régua que se escreve e que se lê os algarismos. Para se calcular com o Sorobã, coloca-se o mesmo sobre uma mesa de modo que o retângulo largo fique mais próximo de quem vai calcular.
O LAZER:
Conheço vários amigos cegos que gostam de um bom futebol, como eu! Nas bolas adaptadas existem guisos que fazem barulhos, e por isso os cegos sabem onde ela está.
Tambem existem aqueles jogos que não precisam ser adaptados, como o dominó.
O QUE É BRAILLE?
O braille é composto por 6 pontos em relevo, que formam 63 conbinações. Com ele é possível fazer letras, números, símbolos químicos e matemáticos.
A escrita do braille pode se realizar por várias maneiras:
A mais antiga e a mais utilizada é a reglete e o punção.
A pessoa prende o papel na reglete, e com o punção vai fazendo todos os pontos que formam as letras.
A segunda maneira são as máquinas de datilografia.
Existem muitos modelos de máquinas de datilografia. Com elas o trabalho se torna muito mais rápido que na reglete, pois a pessoa não precisa fazer ponto a ponto com o punção.
Com o avanço da informática, ja é possivel produzir um braille com ótima qualidade em impressoras especiais. Também ja é possivel imprimir gráficos, o que não era possível nas máquinas de datilografia.
Os livros são produzidos em grandes gráficas informatizadas.
Hoje existem muitos deles trabalhando com a computação. O próprio governo os emprega , como analistas de sistemas, programadores e outras funções.
Muitas pessoas perguntam como decoramos o teclado. O teclado é um comum, sem adaptações. Verifique em seu teclado a existência de três pontos, no "F", "J"e o "5" da calculadora. Estas saliências ajudam a memorizar a posição das outras teclas; (o d fica ao lado esquerdo do f, o m fica embaixo e ao lado direito do j, e assim sucessivamente).
Quando estamos com muita prática na digitação, podemos usar o computador com a soletragem das teclas desligada. Às vezes a fala deixa o trabalho um pouco lento.
No caso do mouse, fica um pouco complicado o seu uso, pois não podemos saber em que região da tela está localizado o cursor. Mas em alguns casos se faz necessário o uso do mesmo, como por exemplo em programas de desenhos. Também há outras maneiras de "simular" um mouse.
Hoje todos os pcs que estão saindo de fábrica podem falar. O computador que nós cegos usamos é normal, com apenas alguns programas especiais, às vezes com algum periférico, como por exemplo sintetizadores de voz, impressoras braille, display braille e outros.
Os programas que utilizamos são leitores de telas, como o Virtual Vision, Jaws, Window Bridge e outros, que falam as informações escritas na tela para que, por exemplo possamos usar o Word, uma agenda ou qualquer outro programa do Windows.
Também existem programas desenvolvidos especialmente, como o DOSVOX
PROJETO DOSVOX
DOSVOX é um sistema de computador feito para os deficientes visuais, que funciona sob o Windows.
Este já conta com mais de 3000 usuários cadastrados por todo o Brasil, e alguns em Portugal e Uruguai. Foi desenvolvido no Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NCE/UFRJ), pelo professor de computação gráfica José Antonio Borges
O DOSVOX possui uma história muito longa, mas que tem grande valia na inclusão dos cegos na sociedade.
É um sistema que "conversa" com o usuário. Através de comandos simples, o cego pode facilmente interagir com o computador. Em uma semana de uso, a pessoa ja está apta a fazer as atividades normais.
O sistema é composto de mais de 60 utilitários, entre eles:
Programas para Internet, Jogos, Programas de multimídia, Editor de textos, sistema de impressão e utilitários diversos.
Fonte:http://intervox.nce.ufrj.br/~fabiano/